Mais atenção

A fibromialgia em debate

Portadores da síndrome em Pelotas buscam atendimento preferencial em filas e estacionamentos

Jô Folha -

A dor é invisível apenas para quem não a sente. E, apesar dela, os portadores de fibromialgia, têm mostrado força para se mobilizar para a conscientização em relação à síndrome na cidade. Foi protocolado recentemente um projeto de lei (PL) para que eles tenham preferência em filas e estacionamentos de Pelotas.

A fibromialgia consiste em dores por todo o corpo - articulações, pele, músculos, nervos - durante longos períodos e praticamente diárias. Além disso, causa fadiga, distúrbios do sono, depressão e ansiedade. Estima-se que 3% da população brasileira sofra com um problema cujas causas ainda não são totalmente conhecidas - existem apenas fatores frequentemente associados, como genética, infecção por vírus, sedentarismo, trauma físico e mental.

A pelotense Renata Gomes foi diagnosticada com a fibromialgia há aproximadamente um ano, mas as dores ela sentia já há três - à época, o reumatologista que a atendeu considerou que o problema era o estresse. E é exatamente o reconhecimento da fibromialgia como existente uma das lutas da Associação Nacional de Fibromiálgicos e Doenças Correlacionadas (Anfibro), da qual Renata está secretária. Essa mudança de visão é esperada, principalmente, para que o mal seja inserido no rol das doenças incapacitantes, crônicas e progressivas - dessa forma, os portadores poderiam acessar benefícios do INSS, por exemplo.

Ações
Renata tem rodado Pelotas e o Estado na busca pela consolidação de direitos. Junto ao vereador Antônio Peres (PSB), protocolou recentemente um projeto de lei (PL) para que os portadores possuam prioridade em filas e estacionamentos - o parlamentar já aprovou outro PL para instituir o Dia de Conscientização sobre Fibromialgia e, ao Diário Popular, afirmou que a nova proposta se encontra em estágio de conclusão. “São dores constantes pelo corpo, chegam a durar horas”, justifica a pelotense. A medida tem sido tomada em diversas cidades do país - no Rio Grande do Sul, ela já foi aprovada em Porto Alegre e foi protocolada em outros 18 municípios. Renata também se reuniu nas últimas semanas com o deputado estadual Juliano Franczak, o Gaúcho da Geral (PSD), que disponibilizou o gabinete como uma espécie de sede da Anfibro no Rio Grande do Sul.

Existe ainda a luta para que o tratamento seja acolhido pelo Sistema Único de Saúde (Sus) - os remédios são caros, assim como as sessões de fisioterapia. Dentro desta ideia, pretende-se transformar o núcleo pelotense da Anfibro em uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), para que o grupo receba recursos oriundos de impostos e estes sejam destinados às terapias, que por muitas vezes envolve também cuidados contra a depressão.

Mas tudo, acredita Renata, só começa quando o preconceito começar a se desmanchar. “Não esperamos que a nossa mobilização resolva tudo, mas que comece uma mudança. Muitos de nós são tachados de vagabundos porque a dor, em muitos casos, realmente impossibilita a pessoa de trabalhar. Quem consegue, quase sempre acaba demitido em pouco tempo.”

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